Olá
galera, beleza? É eu sei que eu estava sumido, mas resolvi dá uma passadinha
por aqui para falar de alguns assuntos sérios. ‘Lá vem a
poc problematizadora’ vocês devem estar pensando, porém existem
alguns assuntos que por mais chatos que sejam, ainda precisam ser discutidos. E
no mais, eu sempre abordei assuntos sérios por aqui.
Acho
que todo mundo que acompanha o mundo BL está ciente da treta que está acontecendo
entre Art e Mew (atores da série “What The Duck”), e com toda essa história que
vem se alastrando, e não começou com a live do Art, mas sim bem antes, podemos
fazer algumas reflexões.
1. As
consequências do Hate para nossos atores preferidos;
2. Fã-service
é prejudicial a vida pessoal dos atores?
3. Até
que ponto nós enquanto fãs, devemos nos intrometer na vida pessoal de nossos
ídolos?
4. Por
que a maioria de nós tende a achar bonitinho relacionamentos abusivos em séries
BL?
Hate,
e desprezo, são palavras tão fortes, mas ainda assim, algumas pessoas que se
dizem fãs de determinados artistas tendem a por em prática estas palavras em
suas piores variações e significados. Recentemente estamos vendo isso acontecer
com Art, ator da série tailandesa “What The Duck”. Sim ele poderia ter
escolhido não expor seus problemas com o parceiro de cena e amigo, o também
ator da série, Mew para todo o mundo, porém ele expôs. Depois disso, ele vem
recebendo ódio e mais ódio por parte de alguns que se diziam fãs dos dois. Art
errou em expor a briga dos dois, sim errou. Mew errou ao beijar Art sem o
consentimento do mesmo, sim errou, mas até termos um esclarecimento por parte
também do Mew, nenhum dos dois merecem hate. Por se expor, Art é quem mais está
sofrendo com esses ataques, vamos maneirar galera, pois nós não sabemos
realmente como tudo aconteceu.
Outro
assunto que há tempos eu venho debatendo e discutindo em grupos é sobre o
fã-service e sobre a prejudicialidade que isso pode (veja bem eu usei a
palavra pode) causar na vida pessoal dos atores. Nós achamos bonito sim e
de certa forma é até um jeito de apoiar a causa LGBTQ+, porém nós fãs não
podemos fazer disso um fanatismo. Veja bem, há exemplos do quão prejudicial
isso pode ser, basta pegarmos o caso de Ohm e Toey da Série Make it Right em que um deles até disse que não fará mais
series BL, pois ao descobrirem que ele namorava uma garota na vida real, os fãs
começaram a atacar a menina. O mesmo chegou a quase acontecer quando
descobriram que Max da série “Together With Me” namorava uma garota, mas graças
a Deus no caso do Max as proporções foram bem menores. Quando eu falo que
fã-service pode vir a prejudicar a vida pessoal dos atores, não falo por eles,
mas sim em relação a fãs fanáticos. Veja por exemplo o caso do Krist da série
Sotus.
E
puxando o gancho dos parágrafos anteriores, porque será que nós fãs insistimos
em pensar que sabemos tudo sobre nosso artista e que podemos controlar a vida
dele e ditar quem ele deve namorar e quem ele deve gostar? Claro que nós enquanto
fãs, temos uma relação de amor com nossos ídolos, entretanto isso não nos dá o
direito de querer controlar a vida deles. Alguns fãs até entendem que a maioria
do mundo BL é fã-service, mas muito ainda tomam aquilo como verdade absoluta
para si e querem que seja uma verdade até para os próprios atores, chega né
pessoal, achar bonito, representativo, fofinho tudo bem, agora querer que isso
seja verdade absoluta já beira a doença.
Por
ultimo eu deixei o assunto mais delicado, e já gostaria de deixar claro aqui,
que não estou acusando o Mew de tratar o Art de maneira abusiva, até porque não
estou com eles 24 horas e não sou nem sequer amigo íntimo dos dois. Então pessoal, isso não é uma acusação e sim
uma reflexão, por isso não me xinguem, mas
se quiserem xingar, como dizem os meninos do Diva Depressão, FODA-SE.
No próprio vídeo, traduzido pela linda da Lazzer Subs e para PT, pela
maravilhosa Camila Mendes, o Art fala que Mew o beijou, eu acho que nem o
próprio Art viu isso como abuso, mas talvez como calor de momento. Todavia, o
que eu quero chamar a atenção aqui é fato de nós sempre estarmos venerando
séries que tendem a romantizar o relacionamento abusivo, eu sei que muitos vão
me odiar pelo que eu vou falar agora, mas “Addicted Heroin” é um exemplo
clássico disso.
Eu não
estou me isentando da digamos “culpa”, pois eu sou um dos que ama a série, no
entanto eu não posso, não devo e não quero fechar meus olhos para o que
acontece por traz daquilo que a gente acha “fofinho”. Há sim abuso por parte de um garoto mimado
que não sabe ouvir um “não” e faz de tudo, até ultrapassa os limites do
aceitável, para conseguir o que quer. Quem leu a novel, sabe muito bem do que
estou falando. E não pense que parou em “Heroin”, tivemos também, “History
Obsessed “e “History Stay Way From Me” que foram um exemplos clássicos de
relacionamentos abusivos. Tudo bem, eu sei que grande parte disso faz parte da
cultura do oriente, mas se a gente não falar, mostrar e criticar isso não vai
mudar, imagina se as
culturas não mudassem? Ainda teríamos negros escravos, judeus em campos de
tortura e curandeiras sendo queimadas pela igreja.
O que
eu quero dizer é que dá sim para fazer séries que cativem o público e que não
tenha que inferiorizar ou coagir um personagem. Temos o exemplo de Sotus e Sotus S, até mesmo Together With Me, bem
como o terceiro arco de History1 e os dois de History2, que foram histórias
maravilhosas e que conquistaram o publico sem todo o abuso apelativo que muitos
tentam justificar como sendo da cultura deles. Espero que tenha ficado bem claro
que eu não estou querendo dizer que não devemos assistir tais séries, mas sim
olhar com uma visão mais crítica, pois ficar calado é o mesmo que ser
conivente.
Texto: Bob Ribeiro
Revisão: Ágata
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